Por que minimizam a maior tragédia ecológica ocorrida no Brasil?
O Brasil vive a sua maior tragédia ecológica da história. Algo comparável
ao que ocorreu em Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, ou em Fukushima,
em 2011. O leito do Rio Doce, a maior reserva de água do planeta,
está sendo contaminado por metais pesados. E mais: o mar de lama, que
devastou um povoado matando sabe-se lá quantas centenas de pessoas
e animais, segue em direção ao litoral do Espírito Santo destruindo o
que vê pela frente. Mas por que ninguém se importa com isso? Por que a
velha mídia finge que nada aconteceu? Leia artigo do jornalista Rogério Godinho.
MARIANA E A LAMA – CRIME E SILÊNCIO!
“Vou dar a medida da encrenca. O que está acontecendo no Rio Doce é
pior do que a soma dos piores desastres ambientais dos últimos 30 anos.
Algodões, Camará, Macacos, os três rompimentos de Cataguases
(2003, 2007 2009) até Itabirito no ano passado. Por qualquer critério
disponível, seja extensão ou volume de rejeitos.
Repito: o que está acontecendo é pior do que a soma de todos eles. São 62
bilhões de litros de uma lama impregnada de metais que vai chegar até o litoral
do Espírito Santo. Sem contar que o rejeito – pela presença do ferro – está
cimentando (mesmo!) diversas partes do rio. E estamos falando da mais importante
bacia hidrográfica dentro da Região Sudeste. Sentiu o problema?
No que se refere a mortes, ainda não sabemos, até porque a Samarco
(a Vale!) fechou a região das barragens e não dá informação nenhuma. Isso
também é inédito: a empresa responsável e que precisa ser investigada é a
única a ter acesso ao local do crime. Mas sabemos que são centenas de
pessoas desaparecidas. Só em Bento Rodrigues, metade dos moradores
não conseguiu sair a tempo. Sem contar os milhares de animais mortos.
Imagine uma longa estrada de destruição. Visualize. Peixes, vacas, cavalos,
cachorros, tudo que estava na frente. Até ninhos de tartarugas lá na foz do
rio estão removendo para tentar salvar antes que a lama chegue.
Mais inédito do que tudo isso é o absoluto desinteresse da mídia. No primeiro
dia, os jornais deram uma pequena e ridícula chamada na primeira página.
No segundo dia, o assunto sumiu.
Este é o nosso vazamento de óleo do Golfo México, nosso vazamento da
Exxon no Alasca, nosso Fukushima.
Mas quem se importa?”
Mas quem se importa?”
Nenhum comentário:
Postar um comentário